Templo Arajã do Amanhecer

Origem Remota do Vale do Amanhecer

Aula 3 

ORIGEM REMOTA DO VALE DO AMANHECER

Há 32.000 anos, trezentos e vinte séculos, uma frota de naves extraplanetárias pousou na Terra, e dela desembarcaram uns homens e mulheres duas ou três vezes do tamanho médio do homem atual. Sua missão era a de preparar o planeta para futuras civilizações. Para isso mudaram a topografia e a fauna, trouxeram técnicas de aproveitamento dos metais, além de outras coisas essenciais para aquele período e os que se seguiram. 

Chamavam-se Equitumans e seu domínio do Planeta durou 2.000 anos. Depois disso o núcleo central desses missionários foi destruído por uma estranha catástrofe, e a região em que viviam se transformou no que hoje se chama Lago Titicaca. 

Depois disso, de 30 para 25 mil anos, existiram outros missionários que se chamaram Tumuchís. Esses eram predominantemente cientistas que estabeleceram uma avançada tecnologia cujo principal objetivo era a captação de energias planetárias e extraplanetárias. Foram esses cientistas que construíram as pirâmides, ainda existentes em várias partes do mundo, incluindo as do Egito. Esses e outros monumentos megalíticos foram construídos de acordo com um planejamento para todo o Planeta. 

Posteriormente esses gigantescos edifícios foram utilizados pelos povos que vieram depois com outras finalidades. E os métodos científicos se transformaram em tabus e religiões. Mas a energia armazenada até hoje se conserva preenchendo os propósitos a que foi destinada. 

Depois dos Tumuchís, entre 25 e 15 mil anos atrás, vieram os Jaguares. Estes foram os manipuladores das forças sociais que estabeleceram as bases dos povos e nações. Mais numerosos que os Equitumans e os Tumuchís, eles deixaram suas marcas em todos os povos, e é por isso que a figura desse felino aparece em tantos monumentos antigos. 

Aos poucos esses espíritos foram deixando para trás essas identificações, e foram nascendo em meio aos povos e nações que eles haviam ajudado a criar. A partir daí podemos entrar na História e identificar razoavelmente as civilizações que seguiram até nossa época. Nomes como Chineses, Caldeus, Assírios, Persas, Hititas, Fenícios, Dórios, Incas, Astecas, Gregos e etc. Já nos são familiares pela História. 

Nessas raças e povos, através de milhares de anos, esses experimentados espíritos, acabavam sempre por ocuparem posições de mando e se destacavam como reis, nobres, ditadores, cientistas, artistas e políticos. Nessa movimentação gigantesca, no tempo e no espaço, podemos traçar as origens mais próximas dos espíritos que hoje fazem parte da missão chamada Vale do Amanhecer a partir dos Hititas, depois os Jônios e os Dórios. Mais tarde vamos encontrá-los em Esparta, Atenas, Egito e Roma. Principalmente em Esparta e na Macedônia teve início o percurso que se poderia chamar da “Era Moderna” dos Jaguares. 

A partir dessa origem, os destinos dos Jaguares foram convergindo para a Era de Peixes, para o nascimento de Jesus. Aqueles que eram da falange do Jaguar, que no século XVI tomou o nome de Seta Branca, fizeram o seu juramento e iniciaram sua nova fase, agora sob a bandeira de Jesus e sua Lei do Perdão. 

Jesus inaugurou a fase de redenção cármica do Sistema Crístico chamada “Escola do Caminho” e, desde então, esse grupo de Jaguares passou a agir de acordo com ela. 

Assim no decorrer desses quase vinte séculos, os ciclos civilizatórios têm sido orientados no sentido da redenção, do ressarcimento e do retorno dos espíritos para sua origem a caminho de Deus. 

A partir dessa idéia, as guerras, as catástrofes e desenganos passaram a ter um sentido, uma razão de ser, servindo como escola e lição de treinamento para os espíritos individualmente. Com Jesus nasceu à abertura para a individualidade onde antes só havia caminho para a personalidade. 

Na Escola do Caminho o artista é mais importante que o personagem que ele representa. Isso explica por que a visão do mundo só é valida, em termos do indivíduo, e não de acordo com padrões condicionadores. 

As encarnações são como papéis, em peças previamente escritas e ensaiadas. Cada artista tem o seu papel e seu desempenho: pode melhorar ou piorar a cena. A peça torna-se boa ou má de acordo com o conjunto do desempenho. E, como no teatro, também o público tem o seu papel, pois não se concebe representação sem público. 

Cada peça tem sua mensagem, e o artista é considerado bom ou não, de acordo com sua capacidade de contribuir para que ela seja perfeita. 

Assim, dentre as muitas peças apresentadas no palco da vida nesses 2.000 anos, surgiu à estória da escravidão e o nascimento da didática dos Pretos Velhos. 

Os Jaguares na sua maioria foram líderes nas ciências, nas artes, nas guerras e na direção dos povos e nações. Isso os tornara orgulhosos e soberbos e, como consequência eles haviam se endividado muito. Surgida a Era de Jesus, teriam que passar pelo crivo da humildade, da tolerância e do Amor, como, aliás, todos os espíritos que iriam compor a humanidade desses dois milênios. Mas, para eles, habituados às lideranças, seu papel teria que ser de destaque. 

E assim aconteceu. Portugal dominava os mares dos séculos XV e XVI. 

Seus navios singravam as águas dos continentes e iam deixando colônias onde acostavam. Dessas colônias, em países considerados exóticos pelos europeus, iam para a Europa as mercadorias consideradas especiais, as especiarias. Com essas mercadorias vieram também os escravos. 

Os europeus estavam habituados, desde tempos remotos, com a idéia da escravidão de prisioneiros de guerra ou de devedores de dinheiro. A idéia do escravo pela simples escravização existia, nessa época, mais na África e no Oriente. Com a vinda dos primeiros escravos negros importados nasceu sua comercialização, que se tornou importante na Era dos descobrimentos. No decorrer dos anos a escravidão se tornou instituição, um hábito normal de vida, aceito inclusive pelas religiões. Assim era quando o Brasil foi descoberto. Pouco depois do descobrimento já começaram a vir os primeiros escravos para a lavoura da cana de açúcar. Esse comércio durou até 1888. 

Para a História, a escravidão ficou registrada como apenas um episódio, às vezes chamado de mancha negra da História do Brasil ou como resultante dos fatos econômicos da época. Para o Plano Espiritual a escravidão foi na realidade o movimento redentor, a grande prova dos espíritos missionários, dos endividados, dos orgulhosos, pois tinha o mais profundo sentido iniciático: a morte, a eliminação da personalidade, com isso obrigando a emersão da individualidade. Como no teatro em que às vezes o artista sobrepõe-se ao personagem, certo número de escravos lançou as bases da etapa final da Escola do Caminho, criando raízes da religiosidade brasileira. 

Dentre esses escravos estavam um sem número de Jaguares, que por sua vez haviam sido Equitumans e Tumuchís. Dois velhos líderes se destacaram, dois espíritos excelsos, que, na qualidade de missionários, se submeteram à difícil provam duas individualidades que representaram os personagens Pai Zé Pedro e Pai João. Nos 372 anos que durou a escravidão no Brasil eles foram escravos em duas encarnações. 

A escravidão tinha o mais profundo sentido iniciático: a morte, a eliminação da Personalidade e o consequente nascimento, ainda na Terra, da Individualidade. A pessoa humana perdia sua identidade ao ser escravizada ou já nascia sem ela se nascesse filho de escravo. 

A consequência doutrinária desse fato é de grande importância: não podendo impor as exigências do corpo e da alma o escravo era praticamente obrigado a ceder às exigências do seu espírito. Daí nasceram as práticas mediúnicas entre escravos no Brasil. 

Numa primeira encarnação, Pai Zé Pedro e Pai João eram escravos vindos da África. Como bons missionários, eles foram os primeiros a sentir na carne os rigores da dolorosa experiência encarnatória. Ao envelhecer e serem considerados pelos seus senhores como inúteis, eles aproveitando a nostalgia natural dos seus companheiros de escravidão, criaram a prática dos encantos. 

Esses tradicionais espíritos de grandes chefes, agora reduzidos às figuras de míseros escravos, tinham também pertencido a civilizações em que praticamente não se utilizara a escrita no quotidiano. As ordens eram transmitidas e recebidas pelo som, pelo comando da voz, pelas senhas secretas, pela magia vibratória. Suas memórias estavam treinadas, nesses milhares de anos, pela gravação dos fatos narrados, cantados, expressos pelo som. Quando o som não se tornava possível a comunicação era pelo gesto, pela mímica. E assim os escravos se comunicavam, davam vazão aos anseios de seus espíritos, pelo gesto, pela dança, pelos cânticos e pelos gemidos. O instrumento mais simples e mais prático foi o atabaque. 

Pai João sentava-se num toco e tocava seu atabaque. Seu som cadenciado ia formando os Mantras que se espalhavam misteriosamente nas florestas e nas almas dos homens. E assim lentamente, através do enredo dramático, num palco privilegiado adrede preparado chamado Brasil, foram nascendo os chamados culto afros- brasileiros. Como espíritos veteranos deste Planeta e integrantes da Missão do Cristo Jesus, Pai João e Pai Zé Pedro eram possuidores da necessária bagagem mediúnica e iniciática que lhes facilitava a tarefa. 

Embora pertencentes a fazendas distantes uma da outra, eles se transportavam e conversavam entre si. Pai João, mais habituado que Pai Zé Pedro aos reinados e comandos, era o executivo, Pai Zé Pedro mais místico, executava a magia. 

E assim foram acontecendo coisas extraordinárias nas relações dos escravos com seus senhores. A História do Brasil está cheia de lances emocionantes que envolveram não só os escravos como também os brancos. É preciso lembrar que nem todos os espíritos a serem redimidos haviam nascido como escravos. Todos, porém tinham uma parte no enredo, todos participavam, de uma forma ou outra, do gigantesco drama cármico. 

Enquanto isso, as práticas de magia, os cultos misteriosos e mediúnicos iam se desenvolvendo entre os escravos, em muitos aspectos envolvendo também os brancos senhores. Sob a orientação dos mentores e a execução de espíritos missionários encarnados, surgiram as práticas religiosas miscigenadoras. Mais tarde, Pais João e Zé Pedro voltaram em novas encarnações, ainda como escravos, mas desta vez nascidos na Índia. 

A partir desse retorno às práticas foram evoluindo, agora com o lastro místico da Índia e do Tibet. Nasceu à mediunidade iniciática e com ela a passagem de espíritos sofredores, a redenção mediúnica. Os cultos foram se misturando e fazendo parte de uma sociedade brasileira ainda incipiente. Na Europa nascia o Espiritismo de Kardec e as práticas se misturavam com o Catolicismo oficial. 

Salve Deus! Que Jesus nos ilumine!