Templo Arajã do Amanhecer

Cura Desobsessiva

Aula 7 

CURA DESOBSESSIVA

A Ciência classificou como doente qualquer pessoa que apresente desequilíbrio ou desvio em um de seus três aspectos: físico, mental ou social. Na nossa Doutrina, como na maioria das linhas espíritas, acrescentamos o fator transcendental. Aqui manipulamos energias. Aprendemos que no Universo que nos rodeia, nós e tudo mais somos apenas formas de energia, cada um sendo emissor de uma frequência própria de vibrações. Na Natureza, onde a escala natural – mineral vegetal e animal – apresenta em cada nível uma complexidade maior na formação de seus seres, os mais adiantados apresentam órgãos que vibram cada um independentemente do outro, mas compondo uma resultante que é a vibração daquele ser. Este é um importante fator na doação de órgãos. 

No Homem, uma mudança na frequência de um órgão determina a doença. Por isso, seriam usadas as vibrações para corrigir e normalizar a frequência vibratória desse órgão “doente”. Pelos estudos modernos e científicos, as células do corpo humano selecionam e rejeitam certas vibrações. Podendo, mesmo por ação de uma vibração, alterar sua frequência e o seu campo eletromagnético. Gerando, caso seja uma vibração negativa, uma despolarização de graves consequências para o órgão que compõem. Por isso é preciso criar em torno do doente um ambiente positivo com vibrações positivas e manipulação de forças geradoras de paz e confiança.

Numa das passagens do Evangelho, Mateus (VIII, 16) nos relata: E, chegada a tarde, trouxeram a Jesus muitos endemoninhados e Ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos.” E em IX, 32 e 33: “Trouxeram a Jesus um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo, e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel!”

Normalmente, qualquer enfermidade tem sua origem nas alterações de nosso padrão vibratório. Essas alterações podem ser causadas por pensamentos, ações ou reações diante de fatos e pessoas com quem nos defrontamos em nossos caminhos cármicos, ou por irmãos desencarnados, obsessores e elítrios que são colocados junto a nós quando ainda somos apenas fetos.

Mateus (X, 1 e 5 a 8) nos conta: Jesus, chamando seus doze discípulos, deu-lhes o poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.(…) Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelos caminhos das gentes, nem entrareis em cidades de Samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel, e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus! Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai!”

Sobre nossas doenças, sabemos que algumas são acidentais, e podemos nos recuperar no trabalho de equilíbrio de nosso padrão vibratório, enquanto outras são cármicas, e não temos como escapar, só nos restando enfrentá-las sem revolta, com tolerância e amor, visando aplacar o sofrimento. Devemo-nos lembrar de que quando fizemos nosso roteiro reencarnatório, escolhemos como iríamos desencarnar. Ora, se nos defrontamos com uma doença fatal que foi a que escolhemos para fazer nossa passagem, não há o que se desesperar nem ir buscar em outras linhas uma cura impossível.

Quanto mais cultivarmos pensamentos negativos, mais estes vão se tornando físicos, tornando nossos atos cada vez mais negativos, carregando de energias de baixo padrão o nosso corpo sutil e a nossa aura. Estaremos alimentando aqueles irmãozinhos que, por motivos transcendentais, foram colocados junto a nós para um reajuste. E vibrando negativamente, especialmente em nossos pontos mais vulneráveis, conseguem atingir o nosso físico. Através dos chakras, essa energia negativa atinge nosso corpo físico, desencadeando males que vão desde um simples resfriado até complicações circulatórias e câncer. Por isso, é fundamental que nossos pacientes da Cura Desobsessiva passem, antes, pelos Tronos, para que possam afastar irmãos desencarnados daquelas auras, facilitando o trabalho da Cura. 

Um obsessor pode levar aquele que obsidia à extrema fragilidade física pelas energias que suga. Nossa Cura Desobsessiva é um trabalho puramente espiritual, agindo pelo ectoplasma na aura do paciente, não envolvendo diagnósticos nem receitas médicas. No Livro de Leis constam o ritual e importantes observações sobre a Cura. Não existe qualquer contato com o paciente, exceto no plano astral. E a recomendação feita nos Tronos é a de que o paciente continue seu tratamento com os médicos terrenos, se o estiver fazendo, e, no máximo, é sugerido que leve água fluidificada do templo, para usar como complemento dos remédios que estiver tomando. O processo de cura começa do interior para o exterior do paciente. A aceitação do tratamento é fundamental e independe da fé ou crença do paciente. A falange de Médicos do Espaço sempre está pronta a agir em nosso socorro. Quando vamos a um médico na Terra, devemos, antes, pedir aos nossos Mentores que nos protejam e aos Médicos do Espaço que projetem na mente do médico que vamos consultar, para ajudá-lo no correto diagnóstico do nosso mal físico. 

● “Certa vez eu estava envolvida como que em teias de aranha. As pessoas haviam posto na cabeça que eu curava, adivinhava e dava remédios. Isso era horrível! No espaço, tenho companheiro para tudo, na hora de adivinhar, de curar. Porém, para a cura física, sofro muito. Ninguém quer me ajudar! Trouxeram um homem aos gritos. Vinha do médico. Comecei a cura desobsessiva, pois vi um elítrio bem adiantado. Nesta época não dispunha de um Doutrinador formado. Pensei em utilizar alguns Aparás, mas os vi ali, sem qualquer sintonia. E aconteceu que o homem piorava, berrando de dor. Como nem os Pretos Velhos e nem os Caboclos que estavam por ali me aconselhavam com alguma medicação física, resolvi administrar uma medicação bem conhecida, e qual não foi minha surpresa ao ver Vovô Hindu aparecer, dizendo: “Filha, não comece errado! Você veio como Missionária da Vida Eterna e jurou pelos seus olhos, também, para ensinar o certo. Deus colocou o médico na Terra com a ciência biológica. Como pode você desafiar esta ciência que já está pronta? Se veio com a missão crística evangélica, nada tem a ver com a ciência biológica! Se quisesse desafiar a Medicina ou as Leis da Terra, Pai Seta Branca a teria preparado como médica, como bacharel ou mesmo em Letras…”

O remédio estava ali. Olhei Vovô Hindu, e ele sorriu. Dei o remédio e, após mais ou menos cinco minutos, o homem estava bem, e foi embora. Fiquei meio encabulada. Vovô Hindu começou, então, a me contar essa história: “Quando o Anjo Ismael decidiu que o Brasil seria a Pátria do Evangelho, vendo a chegada do Africanismo convocou os cientistas alemães, promovendo sua sublimação, proibindo o curandeirismo. Estabeleceu-se que os médicos de cura desobsessiva baixariam nos aparelhos mediúnicos, enquanto os médicos de cura física terrena atuariam nos médicos profissionais encarnados na Terra.” (Tia Neiva, s/d) 

● “Pensamos naquele homem cuja perna ia perder. Chegou um cientista e, no plano físico, lhe deu um remédio e o libertou. O homem, com suas duas pernas, se pôs a correr e a se chocar, em desafio com outros homens. Voltou à sua dor primária, indo ver-se em seu antigo estado. O cientista, tornando a vê-lo, triste, foi lhe dar o mesmo remédio. Não, ele não precisava mais do cientista! Desta vez sua doença era na alma. Enganou-se: o cientista tirou do bolso o Evangelho e lhe deu sua cura!” (Tia Neiva, 12.12.78) 

“Ponha uma toalha branca em uma mesa, acenda uma vela, ponha um copo de água, seu talismã, sua cruz e um pequeno defumador. Faça a Prece de Simiromba, sentindo com amor a presença dos Mentores e, em Jesus, processe a sua cura, a cura desobsesssiva. A cura desobsesssiva é a cura física. Cura, por exemplo, uma grande perturbação, já que tira o espírito perseguidor. Homens perseguidos por um espírito que maltrata a família e que o faz perder seus negócios; homens que vivem em total miséria, que se entregam ao ridículo com vícios, etc. Salve Deus! Coloque-se neste pequeno ritual e faça sua cura. Se um Preto Velho quiser baixar, poderá fazer o seu Aledá. Agradeça a Deus, com amor!” (Tia Neiva, 13.10.83) 

“Alma livre, evoluída! É o mestre Apará, que rompe o véu da Ciência, dos preconceitos, que transporta o transcendente, perscruta a alma, descreve com clareza e precisão. Quanto mais simples, mais perfeito o exemplo de amor do extrasensorial; cientista, se expande com fenômenos inexplicáveis dos surdos e mudos. É, também, a dor para os que desejam prova. É mais verdadeiro do que pensamos, pois o mundo é o seu cenário, onde se desenrolam os dramas da vida e da morte.

Quando desejo explicar, na minha clarividência surge um foco diferente: é fenômeno especial! Cada Apará é um ator diferente, que exige seu cenário de acordo com seu padrão. Com auxílio da minha clarividência, vai além do impossível, chega ao que não foi descoberto. Sua maravilha e distinção são que o Apará não dispõe de sua inteligência, vendo tudo por natureza, indo além, muito além de tudo que, comumente, é possível descobrir, nem sequer pressentido pela inteligência mais perspicaz, mesmo servida por um microscópio.

Salve Deus, meu filho Apará, fui onde me era possível, onde minha pobre analogia pode chegar, prevendo outras buscas de evolução! Alma humana que não provém de seitas ou de escolas, somente Castro Alves nos recorda, com a figura do majestoso “O Navio Negreiro”, que, entre mil versos, diz: (…) Era um sonho dantesco… O tombadilho/ Que das luzernas avermelha o brilho,/ Em sangue a se banhar./ Tinir de ferros… Estalar de açoite…/ Legiões de homens negros como a noite,/ Horrendos a dançar…//Um, de raiva, delira, outro enlouquece…/ Outro, que de martírios embrutece,/ Cantando, geme e ri! Foi então que neste quadro dantesco de dor, apareceu a figura de Nossa Senhora da Conceição APARÁ; compadecida, chegava sutil e falava, naquela era sofrida, àqueles que, por Deus, ali estavam, sem carinho, sem esperança e sem amor. Apará, Apará! Era como a chamavam. Ela se manifestava entre eles, dando-lhes força, soprando suas feridas. Apará hoje és, na tradição deste exemplo, deste amor. Apará, meu filho, Apará! Não te esqueças de que, outrora, na dor, Nossa Senhora Apará, de poderes infinitos, nunca ensinou a ira, muito menos a vingança ou a riqueza, mas, sim, a humildade, a tolerância e o amor! É tudo, filho querido do meu coração, na tua graça singular. É a história que ficou. Os teus poderes são tudo o que disse, este pouco que pude dizer…” (Tia Neiva, 23.1.79)