Templo Arajã do Amanhecer

O que é o Vale do Amanhecer

Aula 1 

O QUE É O VALE DO AMANHECER?

Caro leitor, 

Este folheto se destina a lhe dar uma ideia sucinta do que é o Vale do Amanhecer. Naturalmente estamos partindo do pressuposto que você já conhece alguma coisa do Vale ou, pelo menos, esteja familiarizado com as idéias doutrinárias fora das religiões tradicionais. Se isso acontecer e, ao mesmo tempo, você não for um adepto praticante de alguma religião, estará classificado automaticamente de espiritualista. 

O traço comum nessa indefinida classe é a crença na reencarnação ou no mínimo a admissão da atividade de espíritos sem corpo físicoos desencarnados. Outros filiam-se à classe pelo conhecimento de doutrinas herméticas, das chamadas ciências ocultas, ou porque tenham tido alguma experiência com o sobrenatural. 

Pode acontecer também de você ser um estrangeiro, um descrente, um pesquisador, sociólogo ou simples curioso. Qualquer que seja a hipótese de sua posição, procuramos dar neste folheto uma idéia a mais completa possível do que somos e do que fazemos. Procurando atender ao máximo o seu interesse e facilitar o eventual aproveitamento do que oferecemos: amparo, esclarecimento, conforto espiritual e a possibilidade de seu encontro consigo, do caminho para seu próprio espírito e para a vida transcendente. 

Isso, livre de qualquer compromisso de sua parte. Nós nada precisamos de você além de sua simpatia e seu amor. Não fazemos proselitismo, não aceitamos valores materiais e nem mesmo exigimos que nossos frequentadores se identifiquem. Portanto, estamos à mercê de seu julgamento; Deus lhe pague! 

VALE DO AMANHECER – ORIGEM ATUAL 

O movimento doutrinário e religioso, conhecido como “Vale do Amanhecer”, tem dois aspectos distintos, duas maneiras de ser visto: a primeira é em sua origem remota, o caminho percorrido pelos espíritos que o compõem; a das circunstâncias que presidiram sua formação atual. 

Em primeira instância trata-se de um grupo de espíritos veteranos neste planeta, todos com 19 ou mais encarnações, juramentados ao Cristo e que se especializaram no trabalho de socorro, em períodos de confusão e insegurança. Tais situações surgem sempre no fim dos ciclos civilizatórios, quando a humanidade passa de uma fase planetária para a seguinte. Esses ciclos, embora variáveis em termos de contagem do tempo, se apresentam à visão intelectual da história como tendo mais ou menos 2.000 anos. Cada dois milênios termina uma etapa e começa outra, porém por alguns séculos as duas fases coexistem. Podemos tomar como exemplo o período que antecedeu o nascimento de Jesus e os três ou quatro séculos que se seguiram. Um exame acurado dos acontecimentos históricos registrados explica essa mistura de duas etapas. 

O mesmo está acontecendo em nossa época desde o século XVIII, em que o mundo como que explodiu em fantásticas conquistas socioeconômicas, ao mesmo tempo em que começou a declinar no que poderia se chamar de “humanismo”. Esse fenômeno é particularmente verificável nesta segunda metade do Século XX, no qual as conquistas científicas, por exemplo, coexistem com a desvalorização progressiva do ser humano. A característica de nossa civilização atual é de descrença e desesperança nas instituições, nos marcos civilizatórios que regem nossas atitudes. 

Num paradoxo aparente, essa morte civilizatória produz na mente do homem uma ansiedade por bases psicológicas mais firmes, mais calcadas na imortalidade do ser. A descrença nas instituições regentes leva à busca de instituições mais biológicas, seguras, mais transcendentais. Isso pode ser facilmente percebido pela procura atual de soluções religiosas e de novas formas do encontro com o espírito. 

Atender a essa necessidade é exatamente a finalidade e a missão desse grupo de espíritos, que aparecem sob a égide de Vale do Amanhecer. Sua missão é oferecer ao homem angustiado e inseguro uma explicação de si mesmo e um roteiro para sua vida imediata. 

Para que isso fosse possível, e a missão cumprida com autenticidade, o trabalho não poderia ser feito seguindo-se as velhas fórmulas de religiosidade, considerando-se velhas fórmulas os documentos escritos, as revelações de iluminados, de profetas, das tradições, das doutrinas secretas e da dogmática de modo geral, empregadas na base da fé e do medo. 

O Homem só adquire segurança quando o equacionamento de sua vida se apresenta verificável, para ele individualmente, qualquer que seja sua posição socioeconômica. Se num primeiro momento as instituições lhe oferecem proteção e segurança, isso logo se desfaz na vivência dentro das mesmas, quando seu próprio juízo entra em contradição com elas. Nesse ponto ele poderá não se afastar por medo ou por falta de algo melhor, mas sempre, inevitavelmente, ele viverá em angústia. 

Por esse motivo fundamental, o movimento Vale do Amanhecer foi calcado na existência de um espírito clarividente, cujas afirmações e ensinamentos pudessem ser testados e verificados individualmente, pela experiência de cada participante, sem jamais dar margens a dúvidas e incertezas. 

Essa é a origem atual do Vale do Amanhecer, ou seja, a existência até 1985 da Clarividência de Tia Neiva. Em 1959 ela era uma cidadã comum, embora com traços de personalidade incomum. Viúva, com quatro filhos, dedicou-se à estranha profissão para uma mulher, de motorista, dirigindo seu próprio caminhão e competindo com outros profissionais. Sem nenhuma tendência religiosa até 1959, quando completou 33 anos de idade, nunca revelou propósitos de liderança de espécie alguma. 

A partir dessa data começaram a suceder com ela estranhos fenômenos na área do paranormal, da percepção extrassensorial, para os quais nem a ciência nem a religião locais forneceram explicação. O único razoável foi encontrado na área do espiritismo, uma vez que as manifestações se pareciam com a fenomenologia habitual dessa doutrina. 

Os problemas foram se acentuando contra a sua vontade, e o acanhamento das concepções doutrinárias que a cercavam a levaram a uma inevitável solidão. Não havia realmente quem a entendesse e isso a obrigou à aceitação das manifestações de sua clarividência. Incompreendida pelos homens ela teve que se voltar para o que lhe diziam os espíritos. Só neles ela começou a encontrar a coerência necessária para não perder o juízo e ter se tornado apenas mais uma doida a ser internada. A partir daí ela deixou de obedecer aos “entendidos” e tornou-se dócil às instruções dos seres invisíveis aos olhos comuns, mas para ela não só visíveis como também audíveis. 

Desde então ela teve que abandonar parcialmente sua vida profissional, se dedicar à implantação do sistema que hoje se chama Vale do Amanhecer. A primeira fase foi de adaptação e aprendizados, embora desde o começo seu fenômeno a obrigasse a uma atitude prática de prestação de serviços. Isso garantiu sempre a autenticidade da doutrina do Amanhecer desde seus primórdios. Tudo que foi e é recebido dos planos espirituais se traduz em aplicações imediatas e é testado na prática. 

Logo que Neiva dominou a técnica do transporte consciente, isto é, a capacidade de sair do corpo conscientemente, deixá-lo em estado de suspensão semelhante ao sono natural, e se deslocar em outros planos vibratórios, ela começou seu aprendizado iniciático. 

O “transporte” é um fenômeno natural – todos os seres humanos o fazem quando dormem – mas o que há de diferente na clarividência de Tia Neiva é o registro claro do que acontece durante o fenômeno, na sua consciência normal. Todos nós nos transportamos durante o sono mas as coisas que vemos ou fazemos só irão se traduzir na ação em nossas vidas inconscientemente, ou seja, nós não sabemos que fazemos coisas em nossa vida com base nesse fenômeno. 

Nesse período que durou de 1959 até 1964, Tia Neiva se deslocava diariamente até o Tibet e lá recebia as instruções iniciáticas de um mestre tibetano. Esse mestre, que ainda se encontrava vivo até 1981, chama-se, traduzindo em nossa linguagem, “Umahã”. Dadas as condições específicas que isso exigia de seu organismo físico, ela contraiu uma deficiência respiratória que, em 1963, a levou quase em estado de coma para um sanatório de tuberculose em Belo Horizonte. 

Três meses depois, ela teve alta e deu prosseguimento à sua missão, embora portadora de menor área respiratória, que limitava sua vida física até seu desencarne. Esse, entretanto, foi apenas um aspecto das manifestações de sua clarividência. Ela se transportava para vários planos, tomava conhecimento do passado remoto dela e do grupo espiritual a que pertencia, recebia instruções de Seta Branca e de seus ministros e as transmitia praticamente para as ações do grupo. A comunidade da Serra do Ouro, chamava-se “União Espiritualista Seta Branca” ( UESB ). Na UESB, no plano físico, o que existia era apenas um grupo de médiuns atendendo a pessoas doentes e angustiadas, tendo sempre à frente a figura de Tia Neiva. Havia um templo iniciático e algumas construções rústicas, tudo feito em madeira e palha. 

Existia e existem, pois, dois aspectos distintos que é preciso compreender para explicar o atual fenômeno Vale do Amanhecer: o humano, como agrupamento de pessoas, dedicadas à assistência espiritual a outras pessoas, mediante as normas trazidas pela clarividente Neiva do plano espiritual; e essas mesmas normas que foram constituindo a doutrina, ou seja, um conjunto doutrinário

Na proporção em que o conjunto humano cresce, ele aumenta seu poder de obtenção, controle e manipulação de energias, ou seja, sua força cresce e amplia sua base doutrinária. Por isso, a doutrina do Amanhecer apresenta um aspecto dinâmico de contínuo refazimento que se adapta a cada momento.

Nosso Senhor Jesus Cristo te ilumine e o abençoe – Salve Deus! Boa Sorte!

AO MÉDIUM DO AMANHECER 

Este folheto é dirigido aos Médiuns do Vale do Amanhecer. Embora não haja objeção que seja lido por outras pessoas, apenas queremos lembrar que ele será melhor assimilado por quem estiver participando das atividades mediúnicas do Vale. Na verdade, ele é apenas um registro das posições básicas do Vale do Amanhecer mostrando suas finalidades, posição técnica, doutrinária e mística. 

É também verdade que nossos médiuns não dependem de material escrito para sua participação, uma vez que o conhecimento da doutrina do Amanhecer é adquirido mais pela Mediunidade que pelo intelecto. 

Sem dúvida existe um aprendizado inicial, no qual entram os processos imitativos e sensoriais. Mas tão pronto o médium se familiariza com o sistema, ele aperfeiçoa mais a percepção mediúnica que a sensorial. Por meio de mantras, chaves, cantos, gestos, indumentárias e horários, tudo formando um conjunto ritualístico, se estabelece um intercâmbio ectoplasmático entre o médium e a Corrente. Isso muda seu teor fluídico e o impregna com as energias espirituais manipuladas no templo. 

O resultado é o clareamento fisiológico que abre a percepção extrassensorial. O médium passa a perceber as coisas de seu campo consciencional que antes não eram registradas pelo seu eu. Por esse processo, ele se torna esclarecido sem artifícios, de acordo com sua formação psíquica e sua cultura, sem falsas submissões à dogmatismos que produzem dúvidas e angústias. Só o mediunismo sem retoques ou superstições garante o respeito ao livre arbítrio, e torna possível a modificação do indivíduo de dentro para fora A única mudança de comportamento que faz sem criar dependência e que permite o equilíbrio individual. Esse é o motivo básico pelo qual não se sujeita o médium do Vale do Amanhecer a leituras obrigatórias. Mas, uma vez aprendido o sistema do Vale, nada há que se objete à leitura, que sempre pode acrescentar algo à personalidade. Essa é a razão deste manual prático que vamos colocando nas mãos dos leitores em partes, para não se tornar cansativo. 

O INGRESSO NO DESENVOLVIMENTO 

Antes de se tornar médium do Vale do Amanhecer você era um simples paciente, um frequentador. Você consultou um Preto Velho ou algum veterano e lhe foi dito: “Meu filho, você tem muita mediunidade. Você precisa se desenvolver.” Nessa altura, você está convencido de que a única maneira de endireitar sua vida, sarar daquela doença ou afastar as dificuldades é se desenvolvendo. Você então é encaminhado a um serviço especializado. O responsável lhe fez algumas perguntas, escreveu seu nome e seus dados em uma folha impressa e mandou que você começasse no domingo seguinte. Você então voltou para sua casa com uma autorização para desenvolvimento. Enquanto você passou a semana cuidando de sua vida, veja o que aconteceu: com base no papel impresso no qual constava o seu nome, sua idade e outros dados, junto com os de outros candidatos, houve um trabalho da espiritualidade em sua aura e você ficou apto para o desenvolvimento. 

COMO VOCÊ COMEÇOU 

Ingressou-se no corpo mediúnico pelos processos normais, você começou assim: No domingo seguinte ao recebimento da autorização, apresentou-se ao templo à 9:45 da manhã e sentou-se junto com os outros candidatos. Várias vezes deve ter ouvido a palavra “novato” e isso é o que você era. 

Das 10 às 11 horas o Mestre do Radar explicou através dos alto falantes o que era a Corrente, quais as razões da mediunidade, o que poderia ser feito e o que não poderia ser feito. Nessa ocasião deve ter sido dito: “Para ser médium da Corrente Indiana, a pessoa não pode tomar álcool algum, nem uma gota, e isso não tem meio termo”. 

Você deve ter ouvido também que o Vale não faz campanha antialcoólica, nem se importa que seus clientes bebam. O problema do álcool é colocado em termos técnicos da mediunidade e do perigo que isso representa para o médium. Foi dito também: “A mediunidade é uma arma que Deus lhe deu para se defender. Conforme o uso que você fizer dela, você pode ferir a si mesmo. Por isso ela é um espinho atravessado na carne”. 

Com essa explicação você então compreendeu que a mediunidade é um fato natural e que todos os seres humanos a têm. Mas o que mais o impressionou, provavelmente, é de ter ouvido que espiritismo é doutrina da vida e não da morte! 

De fato é assim. A verdadeira religião é a vida de cada um, as obrigações, as pessoas que o cercam, seus filhos, seus pais, seus irmãos, seus companheiros de profissão, seu vizinho no ônibus, enfim, seu próximo e sua vida do dia a dia. A maneira que você se comportar a cada momento é que é sua religião. Se você vive doente e desanimado, pobre, malvestido, de mau humor, cercado de espíritos desencarnados de baixo padrão vibratório, que espécie de amor você está dando ao seu próximo, que religião é a sua? 

Agora veja o outro lado da moeda: você se desenvolve, ou melhor, desenvolve suas qualidades mediúnicas amparado pelo Sistema Crístico, dentro das normas que o Mestre Jesus preparou para este Planeta nestes 2.000 anos. Você aprende o valor da humildade, da tolerância e do amor ao próximo. Você descobre que não é o pobre coitado que chegou ao templo pedindo socorro, mas sim que tem uma vasta experiência de milhares de anos – você descobre o acervo do seu próprio espírito! 

A partir daí você começa a vencer na vida, isto é, sua mente se torna mais clara. Suas decisões são mais seguras, suas dores são menos sofridas e você começa a se realizar. Você agora pratica a religião da vida! 

A partir daí, as pessoas começam a gostar mais de você e achar que você é uma boa pessoa. Começam a vibrar favoravelmente a você. Com isso você começa a compreender o seguinte: “Nós podemos avaliar nossa posição neste universo, a cada momento, pelo balanço entre as vibrações positivas e as negativas que nos atingem.” Assinalando isso, você aprende a cultivar as vibrações favoráveis do seu próximo – você aprende que é mais negócio fazer amigos do que inimigos. Assimilando essas idéias, você começou a ser um médium do Vale. 

Boa Sorte e que Jesus nos ilumine. Salve Deus!